terça-feira, 3 de março de 2009

3 DE MARÇO DE 2009 - 09h10



Sétima arte se rende às poesias de Patativa do Assaré




Em comemoração ao centenário do poeta cearense Patativa do Assaré, estréia no cinema de arte do North Shopping o filme Patativa do Assaré - Ave Poesia, do cineasta Rosemberg Cariry


O filme Patativa do Assaré – Ave Poesia - que estréia hoje, terça-feira, no Cinema de Arte do North Shopping - é resultado do longo período de convivência com o poeta, segundo Rosemberg. Foi um mergulho profundo em sua obra acompanhando seus recitais, produzindo muitas de suas apresentações, editando seus livros e, nesse ínterim, gravando os passos e os versos de seu compadre poeta (Patativa é padrinho de Petrus Cariry, também cineasta e filho de Rosemberg). De 1979 a 2006 se deu a garimpagem de todo o material para a realização deste trabalho. “A idéia (de fazer o filme) surgiu com a sua morte (em julho de 2002), como se o filme, em nível simbólico, pudesse ser a sua ressurreição”, revela o cineasta. Ele conta que levou muito tempo para aceitar revisitar seus registros e decidir, finalmente, levar o projeto adiante. Foram cerca de três anos vendo e revendo, montando e remontando o material até finalização do longa. De início, as investidas resultaram em uma fita de 5 horas de duração, uma série de cinco filmes relatando 20 anos da vida de Patativa em cada uma. “Mas depois eu compreendi que o melhor pra esse filme era ser singelo, que o filme devia ser apenas um suporte para que o próprio Patativa se revelasse”, concluiu.

O enredo tem como ponto de partida as cenas do funeral. Amigos próximos, políticos e populares acorrem para ver de perto o poeta. Na sequência, registros em vida, em que ele conta como perdeu a vista direita, fala sobre sua curta passagem pela escola e de quando despertou sua paixão pela literatura de cordel, de suas primeiras publicações, de seu contato com a música. Ali se revela um Patativa popular, que falava das coisas da natureza, do coração, das insatisfações e descasos sofridos pelo povo nordestino. Dentre os registros, em meio aos versos líricos do poeta que se definia como matuto, imagens do período da ditadura, os presidentes militares em suas cerimônias de posse. Em resposta, o povo vai às ruas, pede eleições diretas e mais recentemente o impeachment. Tudo lá resgatado. E Patativa estava atento a tudo. Posicionava-se politicamente, ainda que não tomasse partido, e diante dos movimentos populares suas palavras repercutiam. Era personagem de reportagens jornalísticas, entrevistas a programas de rádio e televisão. Gostava de ser ouvido. Em entrevista a um jornal local, Patativa se declara socialista de coração. Atuou como pode durante a ebulição política que o país viveu durante as décadas de 1960 a 1990.

De sua relação com a música, o longa traz registros das gravações de A Triste Partida por Luiz Gonzaga, em 1964 e Vaca Estrela, Boi Fubá, por Raimundo Fagner, entre outras. Traz depoimentos do então deputado estadual Eudoro Santana, do líder camponês Antônio Pompeu, dos estudiosos Oswald Barroso, Gilmar de Carvalho, além de Fausto Nilo e Raimundo Fagner e dos filhos Geraldo Gonçalves e Inês Sidrão Alencar.

Diante da riqueza de informação e imagens, se sobressai a grandeza do mestre que queria cantar a paz do Brasil. É daqueles filmes que dá vontade de parar um pouco e conversar sobre. Um documentário de grande importância para a preservação da memória cultural cearense. “Eu diria que o filme é quase uma conversa daquelas de calçada. Antigamente, no sertão, o pessoal botava as cadeiras na calçada à espera da fresca do vento de Aracati. O filme é isso, uma conversa sobre um homem de grande arte e de grande generosidade. Espero que as pessoas entendam assim. Que percebam o filme como uma conversa de pé de calçada à espera do vento que sopra” finaliza o cineasta.

Fonte: Portal Vermelho - www.vermelho.org.br

2 DE MARÇO DE 2009 - 15h46


Sessão solene na Câmara de Fortaleza homenageia Patativa do Assaré


Uma sessão solene na Câmara Municipal de Fortaleza, atendendo requerimento da vereadora Eliana Gomes (PCdoB), homenageou o poeta Patativa do Assaré, que no dia 05 de março, estaria completando 100 anos. Políticos, cordelistas, cantadores e trovadores se uniram na manhã dessa segunda-feira (02/03) para prestarem uma homenagem a esse homem simples, do povo, que se tornou um dos maiores poetas brasileiros. “Patativa não era da academia brasileira, nem cearense de letras, mas é verdadeiramente um imortal”, disse o senador Inácio Arruda.


Comunistas comemoram centenário de Patativa

Para o senador, ninguém jamais vai tirar a imortalidade de Patativa do Assaré, que soube ligar seus versos a causa do povo, ao enfrentamento político, defendendo o trabalhador sofrido e explorado do sertão. Com seus versos, esteve presente em todos os movimentos políticos nacionais: “na luta pela a anistia estava lá o Patativa; defendeu as Diretas Já, e nas eleições do Presidente Lula também estava lá apoiando”, lembrou Inácio, acrescentando que “a obra do Patativa não pode deixar de ter repercussão nacional”.

A vereadora Eliana Gomes, autora do requerimento propondo a realização da Sessão Solene, disse que Patativa fez da vida uma grande celebração das coisas da nossa gente. Sua poesia ajudou e ajuda ainda a construir e a preservar a cultura popular e que aquela sessão representava a homenagem dos comunistas ao poeta. Eliana aproveitou para informar também que apresentou um projeto de lei criando o Dia Municipal da Literatura de Cordel, a ser comemorado todos os anos no dia 05 de março, data do aniversário de Patativa.

Durante a solenidade, que foi realizada com o apoio do Instituto Américo Barreira, foi lançado o cordel “Centenário de Patativa do Assaré: os mandatos comunistas e a poesia popular” de autoria de Arievaldo Viana e Jô Oliveira. A publicação marca a atuação dos mandatos comunistas junto aos segmentos da cultura de Fortaleza, do Ceará e do Brasil. O cordel e um baner comemorativo ao centenário do poeta foram entregues ao representante da família de Patativa, Ronaldo Cavalcante.

Entre os presentes estavam, além do senador Inácio Arruda, o deputado Estadual Lula Morais, que através de projeto de lei de sua autoria, já aprovado na Assembleia Legislativa do Ceará, transformou 2009 no ano Patativa do Assaré; o deputado federal Chico Lopes; o presidente do PCdoB, Carlos Augusto Diógenes; Luiza Lins, coordenadora do Instituto Américo Barreira, a secretária de Cultura de Fortaleza, Fátima Mesquita; BC Neto, representando o Secretário de Cultura do Estado, entre outras autoridades. A sessão foi presidida pelo vereador Acrisio Sena.

No final da solenidade, Cainã Cavalcante fez uma apresentação ao violão, tocando “Vaca Estrela e boi fubá”. A Escola de Samba Império Ideal encerrou as comemorações com apresentação do enredo desse ano “Nordestinos Sim – Nordestinados Não”, que homenageou Patativa e todos os poetas populares.

Fonte: Assessorias de imprensa do Senador Inácio Arruda e da vereadora Eliana Gomes e Portal Vermelho

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